domingo, 4 de maio de 2008

Em Busca da Cidadania II



De acordo com dados da revista Insieme, o Brasil é o maior “país italiano” fora da Itália. No entanto, a Itália parece dar pouca atenção ao potencial que representa essa comunidade de aproximadamente 30 milhões de descendentes. A Itália não possui grandes recursos naturais e a população está envelhecendo (um em cada cinco habitantes tem mais de 65 anos de idade, conforme dados publicados no jornal Gazeta do Povo, em 25/04/08). 

Sabemos que há problemas relacionados aos estrangeiros, em geral, na Europa, principalmente devido à perda de empregos e a ameaças de terrorismo. Entretanto, seria esperado que, pelo menos, a Itália se dispusesse a acolher os descendentes como turistas ou como estudantes, para os quais o passaporte rosso seria muito útil. Não é o que acontece atualmente. Os meios de comunicação citados anteriormente têm destacado as filas que se formam em frente aos consulados da Itália e a demora (décadas) para se conseguir a cidadania. 

Parte da família Bonat solicitou a cidadania italiana e é testemunha da dificuldade para obter algo que, pela lei e pelo sangue, nos é de direito. Após a assinatura do livro do consulado, em 2005, pensamos que tudo estava encaminhado e nos restava “apenas” aguardar na fila... Seria o final de um processo que só se tornou possível com uma lei aprovada em 2000 pelo parlamento italiano, garantindo aos descendentes de trentinos a opção para obter a cidadania jure sanguinis. Porém, dois anos depois, uma parte da nossa família foi surpreendida com a recusa de um dos documentos apresentados, que substituía as certidões de nascimento ou batismo do avô, não localizadas. 

Após meses de novas, cansativas e inúteis pesquisas junto às igrejas e cartórios do Paraná e do Rio Grande do Sul, bem como em microfilmes da Igreja dos Mórmons, acatou-se uma sugestão do Circolo Trentino: fazer uma escritura pública de declaração, com todos os dados do avô, constantes em diversos documentos oficiais, a qual substituiria provisoriamente a certidão que faltava. Ao ser entregue em março do corrente ano, nova decepção: a família precisa apresentar ainda a certidão de desembarque do bisavô italiano no Brasil, pois não mais estava sendo aceita a declaração do Circolo Trentino! Novas pesquisas à vista... Então, em abril, uma última (?) notícia: a escritura pública estava sendo recusada. O que pensar diante de tantas negativas?

Nós resolvemos abrir este espaço para a SUA contribuição com informações e sugestões.

Yara

Fontes:
Revista Insieme nº 109 e 110;
Jornal Gazeta do Povo, 06/04/08 e 25/04/08.

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